quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Uma Noite

A noite cria momentos falecidos enquanto lemos ou ouvimos versos pavorosos de um poema de um dito-cujo, que sob uma luz amarelada e pálida de uma vela cala nossas expiações. O amargo sabor do meu próprio silêncio consumindo as paredes... entre as sombras das vielas ao longe, vejo suas indefinições, talvez aonde escondam-se criaturas brunas e perigosas a perturbar minha alma.
Seriam formas indefinidas, assombrosas, feitas por puro medo, que ocupam o meu vazio de ser em um sentimento sublime?
A chama bruxuleante, o vento que vergasta, a chuva fina e o frio. O silêncio puro.
Tudo é órbita. Tudo é horror.
Tudo é atmosfera.

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