quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Li sobre a garota que matou a mãe a facadas e, antes de fugir, perfurou o olho da mulher, deixando a arma ali. A garota tinha dezessete anos, uma mãe repressora, uma vida comum, uma aparência comum e uma casa confortável.
Foi presa semanas depois – prisão perpétua.
Pergunto-me o que a levou a fazer isso, e sei que muitos responderiam que é uma assassina, uma alma que vai para o inferno ou qualquer coisa.
Mas eu acredito que ela sentiu na pele a opressão da classe em que vive, daquele imenso céu azul e perfeito e do seu futuro pela frente, e não soube p que fazer. Muitos antes dela sentiram a mesma coisa. Eu senti a mesma coisa, com certeza, e já tive a mesma vontade de esfaquear minha própria mãe e fugir, de me matar, de explodir o mundo, etc. Mas não o fiz por um linha muitíssimo fina entre a loucura e a estabilidade.
John Lennon extravasou cantando, escrevendo. Pablo Picasso decidiu pintar.
A menina decidiu (ou não) esfaquear sua mãe. Qual o ser errado ou certo na história? John, Pablo ou a menina? Ninguém pode responder, nunca poderá ninguém.
Muitas meninas passam por coisas piores do que essa passou e não matam a própria mãe, você pode dizer. Eu digo que essas outras meninas não são sensíveis, ou seja, são boas; Isso mesmo: pessoas sensíveis, que sentem o mundo do jeito que ele é, são terríveis, ou melhor, tornam-se terríveis Ao longo dos anos por que viver torna-se pior a cada segundo. Se você não acredita no que estou falando, você uma pessoa boa e insensível do ponto de vista atmosférico. Você merece toda a felicidade do mundo, por que foi com ela que foi abençoado.
Agora nós, os maus, fomos abençoados com a tristeza, que nos deu o dom de PENSAR. Por acaso você sabe o que é isso? Não, não tem nada a ver com calcular a raiz quadrado do binômio da porra do numero de mil e duzentos, como você, uma boa pessoa, sabe fazer. Alguns de nós nem sabem dividir sem uma calculadora.

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