terça-feira, 11 de janeiro de 2011

DOR

Estive me perguntando em fantasias se a vida pode ser mágica. Se podemos vestir óculos cor de rosa, ou um daquelas lentes de contato que nos mostram outras coisas. Se podemos ver duendes sem usar drogas, se podemos sorrir sem beber. Se podemos amar sem cegar.
Eu acredito que sim. Com muita esperança, com muita fé em algo que não existe, talvez seja possível. Mas é difícil como morrer sem doer, impossível como voar sem ter asas.
Ás vezes é mais fácil nem tentar.
É mais fácil viver sem amar, por que assim nada nos machuca, nada nos corrompe, nada nos inflama. É mais fácil viver sem ver, por que assim não sentimos a dor do mundo, muito menos a nossa própria. Também seria mais fácil se pudéssemos acreditar em tudo o que nos é dito, como quando somos crianças e ligamos a televisão acompanhados por nossa milionária inocência. Nós apenas queremos crescer e viver. Infelizmente, quando somos crianças, ninguém nos avisa que os vilões do desenho animado são nós no futuro. Ninguém nos consola dizendo que o bicho-papão dentro do armário não nos fará mal, afinal, anos mais tarde nós seremos iguais a ele. Seremos maus.
Por que as criaturas que nos tonamos quando crescemos são coisas assustadoras. Até para nós mesmos e para nossos próximos.

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